Já não é novidade nenhuma a propensão que tenho por velharias. As que posso, levo-as para casa, as que não consigo, exploro-as (no bom sentido, claro está!)
Assim foi.
De volta do fim de semana na Pousada da Juventude nas Penhas da Saúde, passamos obrigatóriamente pelo Sanatório dos Ferroviários que está no estado de conservação que parcialmente se pode observar.
Só de olhá-lo... quanto mais explorá-lo.
Explorei-o lá e voltei a explorá-lo na net.
O Sanatório dos Ferroviários foi concebido pelo famoso arquitecto Cottinelli Telmo, no início do século XX, como clínica para o tratamento da Tuberculose.
Da CP para o Instituto de Luta contra a Tuberculose, para o Ministério da Saúde, para a Turiestrela e, finalmente para a ENATUR. Foi este o percurso do Sanatório dos Ferroviários, desde o seu abandono há quase 30 anos, com o progressivo recuo da doença pulmonar que lhe dava vida: a tuberculose. Hoje, o sanatório é uma ponte para a construção de novas e variadas infra-estruturas turísticas na Serra da Estrela.
A 28 de Novembro de 1998 o Sanatório é vendido pela Turiestrela à ENATUR pela simbólica quantia de 1 escudo. Em troca, entre outras contrapartidas, aquela empresa comprometia-se, num prazo estabelecido, a reconstruir o edifício para o transformar numa pousada de qualidade. Caso contrário aquele voltaria novamente para a Turiestrela. Na altura, a data apontada para a conclusão dos trabalhos foi 2001.
Hoje, o Sanatório aguarda, nas mãos de Souto Moura, arquitecto de renome a quem foi entregue o projecto de reconstrução, um novo visual que não o da degradação a que a cidade se tem vindo a habituar. O que é certo é que nenhuma das partes envolvidas arrisca agora em apontar datas para a abertura da nova pousada, e até a placa que anuncia nos exteriores do edifício a futura pousada, se encontra deixada ao abandono e começa, ela própria, a apresentar sinais de degradação.
Claro está que neste momento já está de novo à responsabilidade da Turiestrela. Muita tinta já correu desde essa altura, muito já se gastou em projectos, mas não o suficiente, ainda, para salvar o edifício.
As fotos a cores são de nossa autoria e as fotos a preto e branco foram recolhidas no endereço:
http://www.urbi.ubi.pt/000321/edicao/cov_sanatorio3.html
Não deixa de ser curioso a a comparação que se conseguiu, sem sabermos:
Fachada principal
A ala destinada às classes altas.
Até na tuberculose havia classes.
Vender uma velharia destas há 6 anos por 1 escudo... Estava-se mesmo a ver que o comprador não tinha dinheiro.
Desculpem lá a seca.
6 comentários:
Não é seca nenhuma. Está um belo post.
Já nos tinhamos apercebido que tinhas a mania de levar velharias para casa!
ora digam lá se as esmeradíssimas rondetes, dotadas de extremo bom gosto, não poderiam ter adquirido o dito imóvel, nem que fosse com uma inflação de 1000%?
e o fim de semana deixou-lhe algum tempo extra, Mme Caninas, para explorar mais alguma velharia?
Tavas mesmo a pedi-las ó Caninas!!!
Não sei se já repararam mas eu não respondi à provocação...
Bocêses têm uma graça do caraças!!
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