28 julho 2006

Circo em Leomil

Este post deveria ter sido publicado há quase uma semana para poder descrever-vos com mais objectividade o maravilhoso acontecimento. A maior parte dos nomes são fictícios, não para proteger a identidade dos intervenientes mas sim porque já me esqueci da maior parte deles).

Ir ao circo fora da época Natalícia significa correr um risco superior ao de lá irmos em Dezembro. Foi o que aconteceu.
Fomos ao Circo no dia 20 de Julho, aliás o Circo veio até nós nesse mesmo dia. Estávamos em Leomil, concelho de Moimenta da Beira e o nosso anfitrião recebeu-nos principescamente mas, com o compromisso de irmos à praça da vila para ver o Circo naquela noite. Quem somos nós para dizer que não.
Assim fomos, depois de jantar, oito adultos, todos com idade para ter juízo e na sua ausência, com idade para saber disfarçar. Não foi nada disso que aconteceu.

Lá nos sentámos na segunda e terceira filas de cadeiras de plástico e esperámos que o espectáculo começasse.
Ouvimos: “gostaríamos de avisar o respeitável público que o espectáculo é completamente gratuito, tem três partes e a duração de duas horas e depois de ouvirmos esta última música em play-back, o espectáculo vai começar.” Por esta altura do post devem estar a pensar o mesmo que eu pensei quando ouvi aquilo: duas horas? É para a desgraça, é para a desgraça. E foi.
O cenário montado na praça, contrariamente ao que possam pensar não era uma tenda, era um pano de palco, aliás um “plástico” de palco, ao nível do chão. Melhor ainda, dois “plásticos” de palco cuja união coincidia com o entre pernas de um palhaço. Esteticamente era feio. De cada vez que se afastavam as pernas do palhaço lá nascia um número qualquer, e a multiparidade não se revelou sinónimo de qualidade, antes pelo contrário.
A apresentadora do circo a Lolita tinha idade para ser minha mãe e para além do porte tinha franja e cabelo comprido loiro quase até às pontas. Nunca visto.
Apresentou o 1º número, talvez o melhor. O Sr. Jorginho ia “empenotizar” a Silinha que conseguiu ficar “…praticamente na diagonal…” apoiada com o sovaco direito na franja da vassoura e com os pés na esfregona. Conseguem imaginar? Lindo.
As companhias pequenas (esta afinal eram duas, e já tinham participado mais de 50% dos intervenientes a contar com os animais) não têm apoios. Este número feito pelo Luís de Matos nem precisaria de material…
Os números seguintes resumem-se a magia vulgar de transformar uma corda em pombas e num caniche, números estes que não posso especificar porque estava contorcida, a esconder a cara de tanto rir e chorar. Sem os suspensórios na bexiga não sei o que seria. Não vi não senhora, não posso dizer mal.
Do resto do espectáculo contámos com a Sininha que passou a Mirita que fez, tal como a Lolita anunciou “…números de “contrucionismo” e só não vai fazer exercícios no trapézio porque as árvores que aqui estão não deixaram montar o trapézio, mas não há problema porque os vai fazer no chão”. Até fez o “pinulímpico”.
Em seguida veio o cão Jardel (equipado a rigor de verde e branco) que se limitava a dar focinhadas nos balões ao som do apito que a Lálá (ex-Sininha e ex-Mirita) mandava ao ar. Comovente!
De vez em quando o apresentador informava “…às vezes o público não gosta mas a companhia é sempre igual.”
Não vou descrever todos os números do espectáculo para não se fartarem. Para terminar houve o habitual número de palhaços entre o Tontinho (ex-apresentador) e pela Tontinha (ex-Sininha, ex-Mirita e ex-Lálá), que eu nem vi até ao fim.
Aquilo que foi apresentado como gratuito foi afinal vendido por 2,50€ por pessoa e mais de metade do tempo do espectáculo foi utilizado para pagar as entradas e rifar duas garrafas de álcool (não puro). Mas como diria o outro: “O público não gosta mas a companhia é sempre igual!”
Que noite…

1 comentário:

Paula disse...

Por acaso conheço uma Mirita (mas corta cabelos nos tempos livres)