13 dezembro 2007

A Ronda dos Quatro Caminhos à beira do Sul


Fonte:(adivinhem?) DN online

Carlos Barata recorda viagens entre Idanha-a- -Nova, Mértola e Évora.

Alçude, disco editado pela Ronda dos Quatro Caminhos em 2001, pedia o nome emprestado "a uma espécie de taberna cultural que encontrámos em Évora". Carlos Barata recorda viagens por terras do Sul, as mesmas que agora apresentam Sulitânia, novo registo e, mais uma vez, com título inspirado num "espaço único de convívio gastronómico", com morada descoberta no Vimieiro: "estas coisas da música vivem muito dos afectos", lembra o músico. O mapa de Sulitânia desenhou-se entre Évora, Idanha-a-Nova e Mértola. Nasceu em 2006, depois de convites das três autarquias para outros tantos concertos que soubessem cruzar as tradições musicais de cada região com a música erudita e a identidade da Ronda. Depois de aceite o convite, recorda Carlos Barata, "ouvimos muita música, investigámos e conhecemos os grupos com quem colaborámos, sabendo que é imperativo não desvirtuar personalidades artísticas". Os concertos ganharam, mais tarde, uma segunda vida editada em disco. Como em anteriores documentos, Sulitânia não foi construído "de forma ideal", simplesmente porque "essa forma não existe". Porque a Ronda não se faz de "musicólogos frios, é obrigatório estabelecer uma relação entre quem canta e as razões porque canta". Procurando as músicas junto de quem lhes dá forma, o grupo encontrou as Adufeiras de Monsanto, o Coral Guadiana de Mértola e o Coro Polifónico Eborae Musica, além de contar com a colaboração do quarteto de cordas Opus 4 e do grupo Cantares de Évora. Mas este não é o primeiro registo da Ronda nascido de encontros distantes. "Podemos falar sempre de dificuldades logísticas, de rotinas complexas. Mas são queixumes que já não nos servem, fazemo-lo por gosto", confessa Carlos Barata.Sulitânia diz-nos que a Ronda está de regresso. O Sul - "o das canções e das gentes" - voltou a servir de metrónomo, marcando ritmos para "nova descoberta instrumental e criativa", depois de um Terra de Abrigo que se passeou por terras vizinhas. Carlos Barata assegura que "é apenas parte de um Portugal de possibilidades imensas, recheado de caminhos que nos trazem inquietações que, felizmente, permanecem vivas".

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