18 maio 2006

Tourada à Portuguesa

Algumas considerações antes de irmos à ementa:
-Eu sei que prometi notícias do HEM e mais dos seus utentes que às vezes parece que são contratados pela estação da 4 para entreterem os outros utentes com histórias de vida, mas não. Nem são contratados nem há mais notícias do HEM.
-Embora este blog não tenha contador de visitas (atenção administrador!!!) podemos constatar que não tem merecido a perda de tempo para qualquer tipo de comentários (para pior já basta assim...) por parte de quem o visita. Estou até desconfiada que viemos mesmo ofuscar o blog da concorrência:) por isso é que já nem eles comentam para não darem parte de fracos.
-Vou continuar a fazer um esforço para de vez em quando postar qualquer coisinha mais não seja para fazer um exercício criativo de escrita. Lembrei-me a propósito que em vésperas do meu casamento encontrei a minha professora da primária por quem eu tinha uma admiração muito grande. Era alta, bonita, casada com um chinês e tinha dois filhos. Os olhos orientais em conjugação com os lábios carnudos davam-lhe um ar deslumbrante. Era na altura, o meu modelo. (Altura tem a ver com tempo, não estatura). Como o destino veio a provar, os meus desejos não se realizaram. Da minha professora só herdei mesmo os "olhos em bico" com que fico ao ouvir as barbaridades dos meus alunos e nem no sexo das crias a consegui imitar.
Mas estava eu a dizer que a encontrei nas vésperas do meu casamento, que já aconteceu há 18 anos e já desaconteceu há 11, e naturalmente perguntou-me o que estava eu a fazer profissionalmente. Orgulhosa disse que era professora e de quê. Desorgulhei-me logo pela cara que fez. E disse-me: "...que pena, escrevias tão bem." (Já a minha tia quando soube que ia para Educação Física também comentou: "...então, eras tão esperta!..."). Não estou nada convencida que escreva bem, mas isto de ter boa vontade, ajuda!

Vamos agora à Tourada à Portuguesa.
Como já devem ter visto na concorrência (eu sei que sim mas ainda não li para não ser acusada de plágio) ontem fui à inauguração do Campo Pequeno mais o meu Carlitos (se calhar não sabiam que eu tinha ido com ele). O aviso foi dado uma hora e meia antes do encontro. O convite indicava para os homens, traje preto. Como sabem a filosofia do meu acompanhante passa muito por “… mais vale barrarem-me a entrada a ir desconfortável…” O costume. Esta filosofia adapta-se a tudo, até aos melhores amigos. A indumentária masculina foi a do último casamento (não o dele) no qual até o noivo ia à vontade. Por isso podem calcular, de preto talvez a roupa interior porque os trajes que existem cá em casa são de todas as cores, mas não pretos. Na esperança de salvar uma vergonha, lá me arranjei o melhor que pude e vesti a minha bela calcita e o belo sapatito (dos casamentos) que são pretos (não os casamentos, as calças e os sapatos). Diz a minha filha que ia gira (não as eduquem não…)
Passadeira vermelha, o jet-set, as manas gémeas que não conseguem esconder as influências equídeas, a gaga Bone mais conhecida pela Bobone que a ver pelo trapito que lhe cobria o tronco deve ter sido convidada em cima da hora e sacado do cortinado. Enfim, um sem fim de celebridades.
Das comezainas e bebezainas relembramos o Champagne, o sumo de laranja, pães com queijo ou fiambre, melão com presunto e umas bandarilhas de morangos para molhar em chocolate quente. Aliás, como devem calcular este é o tipo mais aconselhável de petisco para quem pretende dar alguma cor às indumentárias mais discretas.
As onze partes de que constava o espectáculo faziam duvidar que a promessa de experimentar o menu de terça-feira na Portugália se concretizasse. A temperatura, uma brasa. A localização, a mais afastada do solo.
Quanto ao espectáculo, gostei: tambores, tourada, fados, flamengo, sevilhanas, danças, muito vermelho, muito preto, passagem de modelos para apresentação da nova linha bovina Outono/Inverno, Bandas e para terminar um fogo de artifício que foi tão breve quanto o salto que o meu vizinho deu na cadeira. Agora, tourada mesmo à Portuguesa, foi terem barrado a entrada à distinta que não apresentou convite e à corrida do director artístico do espectáculo que provocado pela ovação do público resolveu correr desenfreadamente em redor da arena qual peão de brega a fugir da bicha. Pois.
A fome não justificava o desvio e por isso fomos, como também é habitual, comprar duas pitas, ao pé do Pitta, e 1,5 l de sumol de laranja. Belo repasto às 2 da manhã.
E agora duvido que alguém tenha tido coragem para ler um post deste tamanho.
Vou é ver o da concorrência que deve ser mais pequeno.
(Foto gentilmente cedida pelo N6600)

2 comentários:

Paula disse...

Ganda post ó gaja. E escreves muito bem xim xenhora. Gostei muito do que li, tens jeito. Eu nem por isso e outras vezes por falta de tempo, mas mesmo assim se postarmos de vez em quando já não é nada mal. Em relação ao contador tenho que perguntar ao esponjo onde é que se vê, ou coloca ou qualquercoisaassim.Fico contente por ter amigos do jet sete, oito ou nove (deve de ser giro ver as figuras dos outros, né?).

Em relação ao meu último enigma, a resposta é: sexta-feira é o dia da semana e o nome da égua.

Beijinhos e bom trabalho

cbarata disse...

Agora, depois destes convívios sócio-culturais, temos prolongamento à frente do monitor a digerir os acontecimentos para o papel. Dá trabalho mas faz bem à imaginação.